Região apresentou aumento na superfície de água nos últimos vinte anos, mas a tendência é de redução
Por Luna Galera
A bacia amazônica é a maior do mundo. Esse é apenas um dos motivos que justifica o papel fundamental da Amazônia para a manutenção do equilíbrio climático global. Nos últimos vinte anos, a superfície de água na Amazônia Legal saltou de 11,4 milhões de hectares em 2002 para 11,9 milhões de hectares em 2022. Apesar do saldo positivo, a tendência na região apresenta uma redução de superfície de água, na qual o pior cenário de seca aconteceu entre os anos de 2016 e 2020, atingindo 10,48 e 10,66 milhões de hectares, respectivamente. É preciso mais atenção e cuidados com nossa hidrografia exuberante, que para além da geração de energia nacional, também interage diretamente com a floresta e comunidades locais.
Os dados utilizados são do estudo Fatos da Amazônia 2024, do projeto Amazônia 2030. Segundo os pesquisadores, em 2022, a Amazônia Legal apresentou um aumento de 10,3% na superfície de água em relação a 2021, o qual estava associado sobretudo ao aumento de chuva no bioma e foi intensificado por fenômenos extremos como a La Niña, que ocorreu entre os anos de 2020 e 2023. Mesmo assim, a realidade dos últimos anos aponta para mudanças climáticas cada vez mais intensas, que nos direcionam a uma diminuição no volume dos rios da região e até períodos de seca – um desafio que precisa ser combatido urgentemente.
No intervalo de vinte anos (2002 e 2022), o estado de Mato Grosso, com exceção de 2022, apresentou uma diminuição exponencial da sua superfície de água, enquanto em Rondônia aconteceu um aumento de 185.742,1 hectares para 245.779,6 hectares. Os demais estados da Amazônia Legal apresentaram redução da superfície nos anos de secas severas e aumento nos anos de maiores cheias.
A rede hidrográfica de rios e tributários na Amazônia é vital. São essas águas que garantem o pleno funcionamento de ecossistemas, servem como rotas de transporte e meio de escoamento de produtos regionais e podem funcionar como hidrelétricas para garantir energia sustentável ao país. Preservar nossa riqueza natural significa prosperar em sociedade.
Foto: depositphotos
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