VEJA AQUI: Radar Verde divulga análise de frigoríficos e supermercados e suas ações contra o desmatamento na Amazônia

Novo estudo Radar Verde revela que 92% dos varejistas e 95% dos frigoríficos da Amazônia não apresentam controle da cadeia pecuária

Pesquisa inédita revela que 95% dos maiores varejistas do Brasil e 92% dos frigoríficos localizados na Amazônia Legal possuem controle da cadeia pecuária muito baixo. Estes dados refletem o Grau de Transparência Pública, criado pelo índice Radar Verde, e são o resultado da avaliação dos dados públicos dessas empresas disponibilizados em seus sites. Em 2023, o levantamento identificou 132 frigoríficos com plantas na Amazônia e 69 varejistas potenciais compradores de carne bovina da região.

Nesse indicador, o frigorífico Marfrig e o varejista Grupo Pão de Açúcar (GPA) são os únicos que demonstraram ter controle intermediário da cadeia, conforme a classe de pontuação utilizada pelo Radar Verde.

Os 132 frigoríficos identificados são os que possuem registros de Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e de Serviço de Inspeção Federal (SIF) operando na Amazônia. Quanto aos 69 supermercados, 50 correspondem às maiores redes varejistas, segundo o ranking de faturamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), e os outros 19 são os maiores supermercados dos estados da Amazônia Legal. Para avaliar essas empresas, o Radar Verde adotou três indicadores em 2023:

Grau de Transparência Pública: avalia se as informações disponibilizadas nos sites das empresas mapeadas revelam a política de controle do desmatamento na cadeia da carne e se sua eficácia é comprovada por meio de auditoria independente realizada pela empresa. Para a avaliação desse indicador são consideradas as perguntas do questionário de avaliação do Grau de Controle.

Grau de Exposição ao Risco de Desmatamento: avalia o grau de exposição dos frigoríficos ao desmatamento. A metodologia foi desenvolvida pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e é baseada em informações sobre a zona de compra de cada planta frigorífica e sua sobreposição com desmatamento ocorrido, áreas embargadas e risco de desmatamento futuro.

Grau de Controle da cadeia: que avalia as políticas contra o desmatamento e os indicadores de seu desempenho. Nesta avaliação são verificadas as políticas e indicadores para controle da origem (direta e indireta) da carne, apresentadas nas respostas das empresas ao questionário do Radar Verde, bem como sua eficácia comprovada por meio de auditoria independente realizada pela empresa.

Grau de Transparência Pública

Dos 69 varejistas, foi possível avaliar o Grau de Transparência Pública apenas de 47 empresas (68%). Os 22 (32%) restantes não tinham informações públicas ou o site estava em manutenção durante o período de análise, de 07 de julho a 02 de agosto de 2023. Os varejistas com os melhores resultados no Grau de Transparência Pública são: GPA, Assaí, Carrefour e Cencosud Brasil. Essas empresas foram as únicas que demonstraram controle das fazendas fornecedoras diretas, as que entregam os bois para as plantas de abate.

No geral, 95,65% obtiveram classificação com grau de controle muito baixo (vermelho); 2,89% obtiveram grau de controle baixo (laranja); e apenas 1,44% obteve classificação com grau de controle intermediário (amarelo).

Dos 47 varejistas que disponibilizam informações públicas, apenas três (Assaí, Carrefour e GPA) realizam auditoria de seus fornecedores diretos. As auditorias ditam regras que determinam se esses varejistas devem continuar comprando ou não de seus fornecedores, com base nos controles socioambientais dos mesmos.

Dos 132 frigoríficos identificados, foi possível avaliar o Grau de Transparência Pública apenas de 38 (29%). Os 94 (71%) restantes não possuíam ou o site estava em manutenção durante o período de análise, de 07 de julho a 02 de agosto de 2023.

Os frigoríficos com os melhores resultados neste indicador são: Marfrig, Frigorífico Rio Maria, JBS SA, Masterboi, Minerva, Frigol, Mafrinorte, Fribev, Mercurio, Fortefrigo e Frigorífico Altamira. Essas empresas foram as que demonstraram ter algum nível de controle sobre os fornecedores diretos, as últimas fazendas da cadeia, que entregam os bois para as plantas de abate. No geral, 92% obtiveram classificação quanto à transparência pública com grau de controle muito baixo (vermelho); 7% obtiveram grau de controle baixo (laranja); e apenas 1% obteve classificação com grau de controle intermediário (amarelo).

“O desmatamento é uma ameaça sistêmica à economia brasileira, pois diminui as chuvas, que são essenciais para o agronegócio, para a geração de energia, o abastecimento industrial e dos lares. A pecuária bovina é a principal atividade responsável pelo desmatamento na Amazônia Legal, ocupando cerca de 90% da área desmatada, sendo que mais de 90% do desmatamento é ilegal”, afirma Paulo Barreto, coordenador do Radar Verde e pesquisador associado do Imazon.

“A transparência é uma prestação de contas das empresas frigoríficas e varejistas para os consumidores e investidores. Saber o status do setor com relação ao controle de fornecedores é fundamental para compreendermos a evolução do Brasil na busca por eliminar o desmatamento da cadeia da pecuária”, afirma Alexandre Mansur, coordenador do Radar Verde e diretor de projetos do Instituto O Mundo Que Queremos.

Grau de Exposição ao Risco de Desmatamento

Exclusivamente para os frigoríficos, o Radar Verde avalia o Grau de Exposição ao Risco de Desmatamento de cada um dos grupos frigoríficos localizados na Amazônia Legal que possuem SIE (Serviço de Inspeção Estadual) e SIF (Serviço de Inspeção Federal), os quais correspondem a 96% da capacidade de abate bovino da região segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Esse indicador demonstra a extensão das áreas sob risco de desmatamento onde os frigoríficos atuam. Para cada empresa frigorífica há uma zona potencial de compra de gado e um risco que é calculado”, explica Ritaumaria Pereira, coordenadora do Radar Verde, pesquisadora adjunta e diretora-executiva do Imazon.

Os frigoríficos com maior Grau de Exposição ao Risco de Desmatamento são JBS S/A, Vale Grande Indústria e Comércio de Alimentos S/A (Frialto), Frigo Manaus, Masterboi LTDA, Minerva, Mercúrio Alimentos S/A, Rio Beef Frigorífico, Amazonboi, Frig S/A e Frigorífico Redentor S/A.

Grau de Controle da cadeia

O Grau de Controle é obtido a partir das respostas das empresas aos questionários enviados. Os resultados do levantamento de 2023 indicam que, da forma que a cadeia está estruturada no Brasil atualmente, frigoríficos e varejistas não demonstram qual é o Grau de Controle que possuem sobre a produção de carne bovina.

Nenhum dos 132 frigoríficos respondeu à pesquisa do Grau de Controle da cadeia. Dentre os 69 varejistas identificados, responderam ao questionário somente Assaí Atacadista, Carrefour e GPA. Nenhuma destas empresas, contudo, autorizou a divulgação de sua classificação final.

Os resultados completos do Radar Verde estão disponíveis no site. No relatório final são listados todos os 132 frigoríficos e os 69 grupos varejistas pesquisados, com suas classificações.

O Radar Verde

Criado em 2022, o Radar Verde é um indicador público e independente de transparência e controle da cadeia de produção e comercialização de carne bovina no Brasil que busca dar visibilidade às empresas compromissadas com a redução do desmatamento na Amazônia Legal. Ele avalia iniciativas de frigoríficos e supermercados, em todas as etapas de sua cadeia de fornecedores, que indiquem seu grau de comprometimento com a garantia de que a carne bovina que compram e vendem não está relacionada ao desmatamento da Amazônia Legal. O índice classifica anualmente os frigoríficos e supermercados de acordo com o grau de controle e transparência sobre sua cadeia da carne.

O intuito do Radar Verde é oferecer informações relevantes aos consumidores, para que possam tomar decisões sobre o consumo de carne livre de desmatamento em seu processo de produção. E aos financiadores e setor financeiro, responsáveis pela concessão de crédito a estas empresas. O Radar Verde é uma realização do Instituto O Mundo Que Queremos (IOMQQ) e do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

Foto: depositphotos

Coalizão Verde é a união dos portais de notícias 1 Papo RetoNeo Mondo e O Mundo que Queremos com o objetivo de maximizar os esforços na cobertura de temas ligados à agenda ESG

Desafios e oportunidades para a cadeia de Castanha-do-Brasil, principal produto extrativista da Amazônia, é tema do ‘Meetup Acelera – edição Bioeconomia’

Quarto encontro da série de eventos propostos para conectar a comunidade de Inovação amazônica traz ainda perspectivas de incentivos da Suframa para pesquisa e negócios da sociobiodiversidade  

Principal produto florestal não madeireiro extrativista da região amazônica, a cadeia da castanha do Brasil é o tema do quarto encontro do ‘Meetup Acelera – edição Bioeconomia’, que acontece no próximo dia 09.11, de forma híbrida, reunindo a comunidade amazônida de inovação em bioeconomia para conexão de ideias e soluções que permitam agregar maior valor à cadeia já consolidada na região.  

Atualmente, a produção brasileira é baseada no extrativismo e está concentrada na Amazônia com 38.169 toneladas de castanha ao ano, segundo dados do IBGE de 2022. Desse montante, aproximadamente 45% são voltados à exportação e 55% abastecem o mercado doméstico. O volume gera R$ 2,3 bilhões/ano.   

Apesar do valor socioambiental e dos potenciais nutritivos e econômicos, o desafio é a inovação para o melhor aproveitamento da castanha a partir das associações e cooperativas extrativistas, uma vez que a comercialização é, praticamente, in natura.   

Para o debate foram convidadas a Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre (Cooperacre), para falar sobre boas práticas de produção, além da startup ‘Vem de onde?’, fomento do Instituto Certi, para compartilhar soluções em rastreabilidade; e da Cooperativa Mista dos Produtores Extrativistas do Rio Iratapuru (Comaru), fundada em 1992 com o objetivo de reunir a produção de todos os castanheiros de comunidades extrativistas do Amapá para possibilitar a negociação de melhores preços, evitando atravessadores. 

Atuando com comunidades extrativistas no Amazonas, o Idesam publicou, em 2022, o estudo ‘Gargalos e Oportunidades na cadeia da Castanha-do-Brasil’a partir de levantamento bibliográfico, estudo de campo e, principalmente, de entrevista com atores diretamente envolvidos no ecossistema de produção, identificou a falta de gestão empreendedora, logística, falta de acesso a embalagem, boas práticas de produção e rastreabilidade como os principais entraves que ser mitigados por soluções tecnológicas e inovadoras. 

O mapeamento foi feito dentro do projeto “Destravando Investimentos Florestais via Programa Prioritário de Bioeconomia – PPBio”, com apoio do Partnerships for Forests (Parceiros pela Floresta, em tradução livre – P4F).  

O PPBio é a política pública da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) voltada ao incentivo à inovação em bioeconomia. O Idesam foi a organização selecionada, por meio de edital, para coordenar o programa.  

O assunto será apresentado na abertura do Meetup Acelera do próximo dia 09.11, sob o título ‘Incentivos Suframa para a Bioeconomia’, por um representante da Suframa e um especialista em leis de incentivo do Polo Industrial de Manaus, da DD&L Advogados Associados.  

Para o momento voltado ao Pitch de Novos Negócios da cadeia foram convidadas as start-ups Apoena (Manaus-AM), que atua no ramo de agroindústria de produtos da sociobiodiversidade com a missão de valorizar as populações tradicionais a partir de novos processos; e a Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer – Coopavam (Juruena-MT), que trabalha com produtos da sociobiodiversidade envolvendo assentamentos e Terras Indígenas; e a Taberna da Amazônia, que tem conecta pequenos empreendedores da Região Norte, por meio do e-commerce, com o mercado consumidor do restante do país.  

O evento integra uma série de encontros promovidos, de forma conjunta, pelo Idesam, Impact Hub Manaus e Fundação Rede Amazônica e possui transmissão feita pela Fundação Rede Amazônica, pela plataforma  https://fram.org.br/, pelo G1 Amazonas e pelo canal da fundação no Youtube 

As inscrições para participação presencial ou remota deverão ser feitas por meio de formulário online  

Foto: divulgação/ Idesam

 

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Catalyst 2030 Brasil: economia regenerativa é a chave para o crescimento

Por assessoria de imprensa do Catalyst2030, especial para COALIZÃO VERDE (1 PAPO RETONEO MONDO e O MUNDO QUE QUEREMOS)

À medida que o mundo enfrenta a crescente desigualdade de riqueza e anomalias de temperatura sem precedentes, a economia social oferece um caminho para um sistema econômico mais inclusivo e sustentável. Reconhecendo a importância desse setor, o Fórum Econômico Mundial, a Schwab Foundation, o Catalyst 2030 e a Aliança pelo Impacto têm o prazer de anunciar a próxima mesa redonda de alto nível sobre “Unlocking the Impact Economy” (Desbloqueando a Economia de Impacto), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

encontro acontece na quarta-feira (8/11), a partir das 15 horas, e reunirá aproximadamente 50 tomadores de decisão do governo, de empresas e de empreendimentos sociais para discutir o papel crucial da economia de impacto no Brasil e sua contribuição para os objetivos do governo de promover a inclusão, a equidade e um sistema econômico regenerativo. Essa mesa redonda tem o objetivo de mostrar a liderança do Brasil na economia social global.

Ela será realizada no Dia Global da Inovação Social, um dia de ação coletiva mundial para marcar a inovação e o impacto social, promover um senso de ação colaborativa, impulsionar o impacto e celebrar o progresso. Atividades estão sendo organizadas em todo o mundo para comemorar o dia, incluindo o Catalyst 2030’s Awards for Systemic Change, que reconhece inovadores no governo, agências doadoras e corporações que projetam soluções transformadoras para enfrentar desafios sistêmicos.

Durante o evento, o Fórum Econômico Mundial apresentará uma versão em português de seu relatório, intitulado “Unlocking the Social Economy” (Desbloqueando a Economia Social), para o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin. O documento lança luz sobre o potencial da economia social, que atualmente responde por cerca de 7% do PIB global e até 12% das taxas de emprego em determinados países.

O movimento Catalyst 2030 Brasil – capítulo brasileiro do movimento global Catalyst 2030 – adaptou o relatório à realidade do país com casos práticos do ecossistema nacional que podem inspirar outros países de língua portuguesa e latinos. “Em um momento da história em que a belicosidade está aumentando e várias guerras estão acontecendo, o papel dos empreendedores sociais é mais necessário do que nunca para promover o diálogo e a colaboração entre diferentes atores, além de fronteiras e ideologias”, afirma Gisela Solymos, chair do Catalyst 2030 Brasil. “O relatório “Unlocking Social Economy” destaca a importância do empreendedorismo social para a economia do Brasil e oferece recomendações concretas de políticas para fortalecer essa economia, promovendo o diálogo com as empresas e o governo.”

O relatório descreve cinco estratégias principais que os governos podem implementar para liberar o potencial da economia social:

– Reconhecer e criar novas estruturas

– Criar incentivos para financiamento e investimento

– Expandir a educação e a pesquisa

– Tornar os canais de compras públicas e privadas mais inclusivos

– Coletar e compartilhar dados sobre o impacto social

O Brasil tomou medidas significativas em todas essas cinco áreas com a adoção do decreto presidencial ENIMPACTO, lançado em agosto. Isso demonstra o compromisso do governo em conciliar o crescimento econômico com a inclusão social, tornando-a uma das principais prioridades da presidência brasileira do G20 em 2024.

“Estamos honrados em colaborar com parceiros estimados e com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil nesta importante mesa redonda”, disse François Bonnici, Diretor de Fundações do Fórum Econômico Mundial. “A economia social tem o potencial de remodelar nosso cenário econômico, colocando as pessoas e o planeta em primeiro plano. Este encontro servirá como uma plataforma para discutir estratégias e soluções, impulsionando a inovação e a colaboração para um futuro mais inclusivo e sustentável.”

A mesa redonda Unlocking the Impact Economy sinaliza um poderoso passo à frente na abordagem dos desafios globais por meio da economia social, com o Brasil liderando esse movimento. Os participantes desse evento terão a oportunidade de se envolver em discussões significativas, desenvolvendo soluções práticas que podem impulsionar mudanças transformadoras.

Leia mais sobre o relatório  aqui

Mais informações sobre o Catalyst 2030 Brasil, entre em contato com comunicacoesbrasil@catalyst2030.net

Foto: divulgação

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A estratégia de Bruno Abramo, da Fuplastic, para vender casas feitas de plástico reciclado

por Rosenildo Ferreira, especial para COALIZÃO VERDE (1 PAPO RETONEO MONDO e O MUNDO QUE QUEREMOS)

A construção civil é um dos segmentos econômicos que causam o maior impacto nas emissões de gases prejudiciais à camada de ozônio. Isso porque o setor responde por cerca de 40% da demanda global de energia, de acordo com estudos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Por se tratar de uma atividade que se utiliza de insumos vindos de múltiplas cadeias, as empresas do setor passaram a ser cobradas com mais vigor por ativistas e órgãos reguladores.

E é  neste contexto que temos assistido ao desenvolvimento de iniciativas inovadoras tanto no uso de matérias primas, quanto nos processos construtivos. Uma delas nasceu na pequena Barueri, cidade da Região Metropolitana de São Paulo. Foi lá que o empreendedor Bruno Abramo Frederico, 45 anos, sócio-fundador da Fuplastic, desenvolveu dois modelos de caixa de passagem para fiação elétrica e um bloco usado na construção de edificações variadas: desde residências até lojas e estandes para empresas, feitos a partir de plástico pós consumo.

“O plástico é sempre visto como um dos vilões da poluição e a reciclagem é uma forma inteligente de reduzir seu impacto no meio ambiente”, destaca ele. Quem fornece parte da matéria prima são as cooperativas ligadas à Clean Plastic, de Curitiba. Segundo o empreendedor, o produto já conquistou uma legião de adeptos no mercado. Uma boa amostra disso é a diversidade e o “peso” da carteira de clientes, que inclui potências como Localiza, Swift, Chilli Beans e iFood. Até chegar neste ponto, no entanto, Bruno teve de superar inúmeros obstáculos.

O projeto que deu origem à Stander Box e à Fubox, nome das caixas de passagem utilizadas no setor de energia e de telecomunicações, e ao bloco exigiu muita resiliência da emergente Fuplastic. Primeiro por conta do conservadorismo do setor de construção civil, ainda muito refratário às novidades. Depois, pelo impacto causado pela pandemia de Covid-19 em diversas cadeias produtivas. Com isso, a iniciativa que começou a ser gestada em 2020 sofreu inúmeros atrasos. “Desembolsei cerca de R$ 20 milhões na compra de uma máquina na Itália que levou um ano para ser entregue.”

Os problemas não desanimaram o empreendedor. Ao contrário. Para otimizar a produção, Bruno desenvolveu com sua equipe uma série de subprodutos: como tapumes e casas modulares que podem ser montadas no sistema plug & play característico de obras secas e limpas – pois consomem pouca água e não geram resíduos, todos devidamente patenteados. Mais. A Fuplastic também ganhou o Prêmio Master Imobiliário, na categoria inovação, com o eco tapume concebido inicialmente para a construtora Tegra Incorporadora.

Bruno é o que se pode chamar de um empreendedor serial, na essência da expressão. Começou a trabalhar aos 12 anos, como office-boy, na metalúrgica do pai, Bruno Martini Frederico, e ao longo de sua jornada, o fundador da Fuplastic, graduado em arquitetura, pela Belas Artes, e engenharia, pelo Instituto Mauá de Tecnologia, criou diversos negócios. Foi dono de restaurante, lava jato e de estacionamento, antes de voltar a dar expediente na empresa da família, em 2016.

A parceria com o pai resultou no desenvolvimento da caixa de passagem produzida em plástico, idealizada para concorrer com os modelos de concreto e que se tornaria o carro chefe da Fuplastic, anos depois. “Foi este produto que viabilizou a instalação de uma filial em Orlando, para atender clientes da área de energia solar”, destaca.

Os blocos de plástico se incorporaram tanto ao DNA do empresário que viraram até mote para uma tatuagem em seu braço. Além do mercado de infra estrutura, Bruno aposta fortemente na tecnologia construtiva da Casa Plug & Play. O kit da casa padrão, de 48m², foi testado, literalmente, por Bruno, que montou uma unidade na área da fábrica, em Barueri. “Morei por três meses na edificação e pude constatar que o conforto acústico e térmico é semelhante ao de construções convencionais”, diz. Segundo ele, o projeto também foi aprovado em testes de segurança contra fogo.

Com relação às obras de alvenaria (tijolos cerâmicos e blocos de concreto), a principal vantagem seria a velocidade da construção: uma casa convencional pode levar até 30 dias para ser erguida, a casa de plástico fica pronta em até quatro horas. O valor de venda está estimado em R$ 200 mil para a unidade padrão de 48m².

Antes mesmo de chegar ao mercado, o modelo tem sido submetido a outros testes, envolvendo uma parceria com a ONG Teto que constrói e doa imóveis para famílias que vivem abaixo da linha de pobreza. Para eles, foram desenvolvidas três opções de formato que variam de 18 m² a 27m². “Nosso compromisso é doar mil casas”, resume. Outra ONG beneficiada é a IKMR, que atua com os direitos de refugiados, para a qual a Fuplastic destina R$ 0,10 a cada quilo de plástico reciclado.

Foto: divulgação

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Prêmio Melhores ONGs anuncia os 100 destaques de 2023

Destaques das categorias especiais e melhor do ano serão anunciadas em dezembro

O Prêmio Melhores ONGs anuncia as 100 organizações brasileiras do terceiro setor vencedoras em 2023. Na lista, que já está disponível no site premiomelhores.org, é possível conhecer o nome das organizações reconhecidas por suas boas práticas em quesitos como governança, transparência, comunicação e financiamento. Essa é a sétima edição do Prêmio, realizado pelo Instituto O  Mundo que Queremos (IOMQQ) e pelo Instituto Doar, com o patrocínio da Ambev VOA, apoio do Instituto Humanize, Prosas e Toyota do Brasil.

“Quando criamos o Melhores, nosso objetivo era incentivar a cultura de doação no Brasil. Com o passar dos anos, virou algo maior que isso. Hoje, já temos a certeza de que estar na lista das melhores pode mudar a história de uma organização”, afirma Cássia Christe, diretora do IOMQQ. “O Melhores ONGs reconhece as organizações empenhadas em fazer o bem de todas as formas, para todos os públicos, em todas as causas. Quando você ouve a palavra ‘ONG’, já entende que tem ali um grupo de pessoas que criou alguma associação sem fins lucrativos para o bem comum. Isso é a beleza da sociedade trabalhando para resolver os problemas”, completa Alexandre Mansur, diretor de projetos do IOMQQ.

Os destaques nas categorias especiais serão conhecidos durante a cerimônia oficial de premiação, prevista para acontecer em dezembro de 2023. Além das 100 melhores, serão premiadas as melhores ONGs por estado, causa, as dez melhores de pequeno porte, a melhor entre elas e a Melhor ONG do ano. “É um evento consolidado, mas a cada ano gostamos de trazer surpresas. Este ano, na cerimônia ao vivo, vamos trazer uma grande novidade”, antecipa Marcelo Estraviz, diretor do Instituto Doar.

As 100 melhores ONGs do Brasil em 2023

ABC Aprendiz – Centro Social de Educação para o Trabalho

Agência do Bem

Aldeias Infantis SOS Brasil

Amare

Américas Amigas 

Amigos da Poli

Amigos do Bem

Associação Aliança Empreendedora

Associação Ambientalista Copaíba

Associação Avina

Associação Beneficente Alda Miranda Matheus (AMMA)

Associação Beneficente Comunidade de Amor Rainha da Paz

Associação Beneficente e Comunitária do Povo

Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias (ABRACE)

Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE)

Associacao Brazil Foundation

Associação Casa Arte Vida Assistência Social

Associação Cidadania Social e Sustentabilidade (ACSSUS)

Associação Comunitária Despertar 

Associação Cultural Pisada do Sertão

Associação de Amparo ao Idoso – Instituto Velho Amigo

Associação de Pais e Amigos da Criança com Câncer e Hemopatias

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Bauru (APAE Nova Bauru)

Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade (APABB)

Associação dos Deficiente Físicos de Poços de Caldas

Associação dos Protetores das Pessoas Carentes

Associação Feminina de Estudos Sociais e Universitários (AFESU)

Associação Junior Achievement do Rio de Janeiro

Associação para o Desenvolvimento Integral do Down

Associação pela Propriedade Comunitária

Associação Por 1 Sorriso

Associação Solar Ita Wegman

Associação Vaga Lume

Associação Varzeagrandense Madre Tereza de Calcutá

Atuação Voluntária – Associação de Voluntariado

Bairro da Juventude

Bombeiros Voluntários de Joinville

Casa Azul Felipe Augusto

Casa da Amizade

Casa de Apoio AURA

Casa do Menino Jesus de Praga

Casa do Zezinho

Casa José Coltro

Casa Ronald McDonald ABC

Centro de Educação Popular

Centro de Educação Popular e Formação  Social (CEPFS)

Childhood Brasil

Cooperação para o Desenvolvimento e Morada Humana (CDM)

Cruz Vermelha Brasileira – Estado de São Paulo

Ficar de Bem

Fundação Cristiano Varella

Fundação Esportiva Educacional Pró Criança e Adolescente (EPROCAD)

Fundação Norberto Odebrecht

Fundação Observatório do Livro e da Leitura

Fundação Porta Aberta

Gaia+

Gastromotiva

Grupo de Trabalhos em Prevenção Posithivo (GTP+)

Grupo Dispersores

Habitat para a Humanidade Brasil

Hospital Santa Rosalia

Inspetoria São João Bosco

Instituição de Incentivo à Criança e ao Adolescente de Mogi Mirim – SP (ICA)

Instituição Padre Haroldo Rahm 

Instituto C

Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (IDESAM)

Instituto de Reintegração do Refugiado – Brasil

Instituto do Câncer Infantil

Instituto do Câncer Infantil do Agreste (ICIA)

Instituto Elos

Instituto Futebol de Rua

Instituto Igarapé

Instituto Jô Clemente

Instituto Mano Down

Instituto Moinho Cultural Sul-Americano

Instituto Movimento Qualivida

Instituto Novo Sertão

Instituto Para Um Mundo Melhor (IMMEL)

Instituto Pró-Saber SP

Instituto Ramacrisna

Instituto Reciclar

Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME)

Instituto Rodrigo Mendes

Instituto Sivis

Instituto Verdescola

Passos Mágicos

Pequeno Cotolengo Paranaense

Plan International Brasil

Pró Renal – Brasil – Fundação de Amparo à Pesquisa em Enfermidades Renais e Metabólicas

Providens – Ação Social Arquidiocesana 

RenovaBR

Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte

Serviço de Obras Sociais de Sorocaba (SOS)

Sorri Bauru

Soul Bilíngue 

Turma do Bem

União dos Escoteiros do Brasil

United Way Brasil (UWB)

Vetor Brasil

Vocação

Foto: Divulgação/ Premiadas em 2022

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A jornada sustentável da Petronect

SOBRE A COALIZÃO VERDE

Coalizão Verde é a união dos portais de notícias 1 Papo Reto, Neo Mondo e O Mundo que Queremos com o objetivo de maximizar os esforços na cobertura de temas ligados à agenda ESG

Pesquisa recente do instituto Datafolha mostrou que os brasileiros estão muito engajados nas questões sociais. Prova disso é que 68% dos entrevistados disseram ter doado dinheiro para projetos de ONGs, obras assistenciais de igrejas ou para vaquinhas virtuais, em 2022. Essa postura, no entanto, não se resume às ações individuais ou de grupos organizados. No mundo corporativo também é possível encontrar exemplos de iniciativas estruturadas, como as campanhas para destinação de parte do Imposto de Renda devido aos fundos constitucionais de apoio às crianças e aos adolescentes. Outras iniciativas envolvem os funcionários em ações de voluntariado em ONGs e em movimentos de arrecadação de bens (alimentos, roupas e cobertores, por exemplo).

Uma das que seguiram essa trilha foi a Petronect, portal B2B criado em 2002 pela Petrobras para cuidar da gestão de seus pregões de compras de bens e serviços. Apesar de contar com uma estrutura bastante enxuta, cerca de 49 funcionários, as iniciativas sociais sempre fizeram parte do dia a dia da Petronect. No início, de forma pontual a partir da doação de placas de energia solar para o Lar Frei Agostinho, no Rio de Janeiro, e da arrecadação de alimentos para ONGs. “O ponto de inflexão se deu durante a pandemia de COVID-19”, conta Samuel Fernandes, diretor administrativo, de relacionamento e comercial da Petronect. “Foi ali que começamos a pensar em definir uma verba específica para ações sociais, ao longo do ano.”

O projeto Reconect, inicialmente baseado em quatro eixos: campanhas de doação de sangue, distribuição de cobertores, doação de alimentos e educação, acabou extrapolando a fronteira social e se tornou base para a obtenção do selo de gestão ESG. “Desenvolvemos ações importantes em 2021 e aceleramos os projetos no ano seguinte, resultando em cerca de R$ 200 mil de impacto social”, conta. “A partir daí, entendemos que seria necessário validar nossas ações, a partir da análise de uma consultoria independente.”

Como a data de encerramento da Petronect já foi alterada algumas vezes, o executivo conta que os funcionários seguem atuando com o moral elevado e fazendo seu melhor. Prova disso é que em meio ao processo de obtenção do selo, a empresa tem realizado inúmeras ações para solidificar seus compromissos nos três pilares da sigla ESG: ambiental, social e governança. Para isso, foi criado o ESG Team, responsável pela adequação e monitoramento da equipe interna e dos fornecedores com vistas ao cumprimento das metas.

Apesar do final feliz, o início foi difícil. “No primeiro relatório, em outubro de 2022, descobrimos que cumpríamos 59% dos pré-requisitos, montante insuficiente para obtenção do selo”, lembra o diretor da Petronect. “Mas conseguimos virar o jogo e em 90 dias saímos do nível 2 para o 4 (o máximo é 5)”.

Para atingir esse patamar, a empresa adotou uma série de medidas. Para compensar seu impacto ambiental, foram plantadas 300 árvores no Cerrado, um dos ecossistemas mais degradados do país. Até então, a equipe da Petronect se julgava neutra ou superavitária em emissões, uma vez que sua existência evitou que os fornecedores da Petrobras tivessem de se deslocar às unidades da estatal para apresentar propostas por escrito. Outro importante gap, de acordo com o executivo, foi no tocante à gestão dos riscos associados às atividades da empresa.

Todas estas iniciativas impactaram, também, a forma como a Petronect passou a se relacionar com as ONGs. As parcerias, por exemplo, deixaram de ser fechadas a partir da indicação de funcionários e passaram a ser submetidas a um rigoroso funil, que inclui os seguintes pontos: proximidade, relevância do trabalho e impacto causado na sociedade. Foi a partir destes pressupostos que foram incluídas a ONG Casa da Tia Ciata e a Associação São Martinho.

Nesta última, os funcionários da Petronect atuam como voluntários em programas de empregabilidade dos jovens de baixa renda. “Em todas as nossas ações e atividades achamos uma forma de validar os pilares ESG, pois acreditamos que não pode ser apenas uma sigla ou uma declaração no site da empresa, mas sim um compromisso.”

Por – Rosenildo Ferreira, Especial para Coalizão Verde ( 1 Papo Reto, Neo Mondo e O Mundo que Queremos)

Encontro inédito busca construir uma orientação estratégica para a ciência e inovação no Brasil

1º Fórum Brasileiro de Inovação Orientada por Missões acontece em São Paulo, no dia 31 de outubro

No dia 31 de outubro, a World-Transforming Technologies (WTT) e a Agência de Inovação da USP (Auspin) realizam, em São Paulo, o 1º Fórum Brasileiro de Inovação Orientada por Missões. O evento inédito ocorre no Inova USP e busca contribuir para a qualificação e disseminação da prática de inovação orientada por missões no Brasil. 

 De caráter multisetorial e para convidados, o evento contará com painéis, estudos de caso e mesas temáticas que integrarão conhecimentos e capacidades em torno do tema e buscará elaborar um compromisso coletivo para a implementação dessa agenda a nível nacional. Representantes de órgãos públicos, pesquisadores, cientistas, acadêmicos, gestores, empresários e lideranças de movimentos sociais estarão reunidos em discussões pragmáticas sobre como concretizar essa abordagem. 

“O Brasil se encontra em um momento de retomada de investimentos e de reconstrução de políticas de ciência, tecnologia e inovação. Há uma aceitação cada vez mais ampla sobre a importância do país adotar uma agenda de inovação orientada por missões, mas não há clareza sobre como fazer isso na prática”, avalia Andre Wongtschowski, Diretor de Inovação da WTT. Além de focar em discussões sobre aspectos práticos e ferramentais do tema, o Fórum busca integrar atores que ainda não estão envolvidos neste debate, fortalecendo assim a representatividade nesta construção coletiva e garantindo a ela maior pluralidade. 

Missões usam a inovação para resolver um desafio ou promover uma mudança social ou ambiental de grande escala, são ambiciosas e mensuráveis, e possuem um prazo delimitado para serem alcançadas. Elas requerem um papel ativo do setor público em suas definições e lideranças, mas também necessitam da colaboração de atores privados, academia e terceiro setor na orquestração de recursos e esforços multisetoriais. 

Em parceria com diversos atores dos setores público e privado e organizações da sociedade civil, WTT e Auspin buscam, no Fórum, construir caminhos que aproximem o país de adotar essa agenda tão importante para o seu futuro.

Com a troca de conhecimentos e experiências do Fórum, espera-se que o Brasil dê passos concretos rumo a uma abordagem de inovação orientada por missões, onde a colaboração entre setor público e privado, academia e sociedade civil se torna a base para um conjunto de inovações com propósito e impacto.

 

1º Fórum Brasileiro de Inovação Orientada por Missões

31 de outubro de 2023 | 9h às 18h

Inova USP – Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 370 – Butantã, São Paulo – SP, 05508-020

Evento para convidados

Programação: Painel de Abertura, Jornada das Missões, Estudos de Caso e Mesas Temáticas

Organização: World-Transforming Technologies

www.wttventures.net | wttventures.net/forum/

Correalização: Agência de Inovação da USP

Apoio: Agni, Arapyau, Banco Interamericano de Desenvolvimento, Instituto Clima e Sociedade, FJBSA, Fundação Avina, Ibirapitanga, Coca-Cola

Apoio Institucional:  Associação Brasileira de Software, Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa, Departamento de Política Científica e Tecnológica- DPCT-Unicamp, UNESCO, Inova Unicamp, Inova USP, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Concertação pela Amazônia, Pacto Global, Confederação Nacional da Indústria, IQC.

Imagem: divulgação

Coalizão Verde é a união dos portais de notícias 1 Papo RetoNeo Mondo e O Mundo que Queremos com o objetivo de maximizar os esforços na cobertura de temas ligados à agenda ESG

 

Por que o Brasil deve acabar com o plástico no setor de pagamentos

Já existe tecnologia para pararmos de usar cartões e maquininhas. Uma grande empresa do setor está dando o exemplo

ntamento feito pela Statista, uma fornecedora global de dados de mercado e consumidores, mostra que, em 2023, o número de cartões de crédito, débito e pré-pagos em circulação no mundo chegará a quase 30 bilhões.

Mesmo no Brasil, que conta com um dos sistemas financeiros mais sofisticados do mundo, só nos últimos 10 anos, segundo estimativas feitas com base em dados do Banco Central, foram emitidos cerca de 450 milhões de cartões de crédito e débito e 95 milhões de maquininhas. O problema é que os cartões e maquininhas que os lêem contêm plástico em suas composições. São mais de 15 mil toneladas, 14 vezes o peso do Cristo Redentor.

Esse e outros dados fazem parte do relatório Dinheiro Sem Plástico, que acaba de ser lançado pelo O Mundo Que Queremos. “Temos tudo para começar a eliminar os plásticos a partir do mercado de pagamentos. E a partir dele expandir essas tecnologias mais limpas para eliminar o uso de cartões de plástico em todos os outros setores. Essa é uma provocação que precisa ser feita para o setor financeiro e que pode mudar a forma como a gente se relaciona com o dinheiro e com o plástico nos próximos anos”, diz o manifesto.

Tirar os plásticos é economicamente viável. Prova disso é que a InfinitePay, plataforma de serviços financeiros da fintech brasileira CloudWalk, entendeu a oportunidade para começar a eliminar todos os plásticos de seus serviços de pagamentos. A empresa está partindo para abolir as maquininhas de pagamento com cartão de débito ou crédito.

“Desde 2019, quando lançamos a nossa primeira maquininha InfinitePay, dizíamos que era uma tecnologia que estava em transição e iria sumir. Veríamos em breve algo similar ao que ocorreu com as câmeras digitais mais simples ou os aparelhos de GPS: ambos substituídos pelos smarthones”, afirma Luis Silva, CEO e fundador da CloudWalk. A empresa está promovendo a transição para o pagamento sem máquina envolvida. O comerciante, que vende um serviço ou produto, só precisa usar o próprio celular para aceitar o pagamento direto do celular do cliente. Para Luis, o futuro dos pagamentos pode ser mais rápido, sustentável e democrático e a campanha “O fim do plástico nos pagamentos”, liderada pela empresa, é um convite para acelerar essa mudança.

É uma mudança necessária e significativa. O relatório do O Mundo Que Queremos mostra outros números impressionantes, como o fato de que, enfileirados, os cartões emitidos no Brasil nos últimos dez anos seriam capazes de dar pouco mais de uma volta ao redor do nosso planeta na linha do Equador. A área ocupada pelos cartões e maquininhas nesse período é equivalente a 20 vezes a do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã.

Além disso, as maquininhas têm uma pegada ambiental ainda maior porque contêm outros componentes químicos, como bateria e placas, classificados como lixo eletrônico. Considerando as 95 milhões de maquininhas distribuídas nos últimos dez anos no Brasil, são mais de 28 mil toneladas de lixo eletrônico, material que pode contaminar o solo e os cursos d’água e é ainda mais difícil de ser reciclado que o plástico.

Tirar os plásticos e as maquininhas do sistema financeiro é uma dessas oportunidades de reduzir um impacto ambiental significativo sem exigir grandes mudanças no estilo de vida das pessoas e com ganhos de eficiência econômica para o país. Eliminar gradativamente as maquininhas e os cartões deve ser uma das pontas da principal revolução tecnológica em curso no mercado de meios de pagamentos no Brasil.

Apesar de estar na pauta, a sustentabilidade ainda não é encarada como prioridade no setor de pagamentos, o que é um desafio, mas também uma oportunidade. O Brasil pode liderar o movimento para desvincular o dinheiro do plástico e mais uma vez servir de exemplo para o mundo.

Este artigo foi escrito por Camila Cecílio e Alexandre Mansur e publicado na coluna Ideias Renováveis, da Exame.

Foto: depositphotos

Plataforma Onda Verde abre cadastro e pretende se tornar maior banco de soluções de descarbonização da América Latina

Solução digital vai reunir todos os atores da economia verde, incluindo investidores e empresas contratantes do setor, e quer alcançar 5 mil participantes até 2025

Startups, ONGs e negócios de diferentes portes, assim como investidores e empresas contratantes de soluções verdes já podem realizar seu cadastro na Plataforma Onda Verde (POV), que está em pré-lançamento. Com a estimativa de reunir 5 mil participantes até 2025, a solução digital irá consolidar, em um só espaço, a presença de quem oferece e quem procura soluções de descarbonização, com o objetivo de se tornar o maior banco de dados para iniciativas do tipo na América Latina.

 O mercado de baixo carbono é atualmente foco de fomento tanto dos setores públicos quanto privados, sendo que os números são impressionantes. Somente através do Glasgow Financial Alliance for Net Zero (GFANZ), existem mais de US$ 130 trilhões de capital privado comprometidos com a economia de baixo carbono, enquanto um estudo da Associação Brasileira de Bioinovação revela que o desenvolvimento da área pode acrescentar US$ 284 bilhões por ano ao faturamento industrial do país, até 2050.

 “Existe hoje no Brasil e na América Latina uma carência muito grande de uma base de dados sobre o ecossistema de negócios verdes que seja unificada, atualizada e qualificada. As informações sobre as soluções existentes são fragmentadas e pulverizadas, e os atores do mercado estão pouco conectados uns com os outros. A ausência de uma taxonomia reconhecida para entender e classificar os stakeholders também contribui para a dificuldade de escalonamento e criação de conexões efetivas. O nosso objetivo é criar um ambiente que permita não só a troca segura de informações, mas a própria geração de negócios entre quem quer mostrar seu impacto ambiental positivo e quem deseja encontrar soluções verdes”, afirma Daniel Contrucci, CEO e cofundador da Climate Ventures.

 Pacto Global da ONU e parceiros

A Plataforma Onda Verde é uma iniciativa da Climate Ventures, organização que catalisa o desenvolvimento de soluções para a crise climática e que desde 2018 já mapeou mais de mil iniciativas do setor no Brasil e América Latina, com a correalização do Instituto Clima e Sociedade (iCS).

 Em julho de 2023, a Climate Ventures, a Future Carbon e o Pacto Global da ONU firmaram uma parceria para somar esforços na construção do maior banco de soluções de descarbonização da América Latina. Tais soluções serão cadastradas na Plataforma Onda Verde, eleita ferramenta oficial do Movimento Ambição Net Zero. A POV também possui o apoio do Fundo Vale, do Instituto Cidadania Empresarial (ICE) e da Tozzini Freire.

 “A Plataforma Onda Verde identifica as oportunidades-chave da transição para uma economia de baixo carbono que deverá ocorrer até a metade deste século. É uma fonte de informações central para empreendedores e investidores navegarem os desafios desse processo”, afirma Gustavo Pinheiro, coordenador do portfólio de Economia de Baixo Carbono do Instituto Clima e Sociedade.

 Matchmaking

Para a realização dos encontros entre contratantes, contratados, governos e investidores, a plataforma irá utilizar algoritmos de matchmaking construídos com técnicas de ciência de dados que darão escala à inteligência conectiva desenvolvida pela Climate Ventures. O objetivo da plataforma é preencher lacunas no mercado de baixo carbono, conectando os atores da economia verde comprometidos com a agenda climática, e impulsionando a transição para uma economia sustentável.

 “Estar na década da ação é atuar para reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa e remodelar negócios. A Plataforma Onda Verde vem ocupar uma lacuna grande de falta de conexão entre demanda de solução para descarbonização com oferta de solução, pois hospedará o maior banco de dados da América Latina. Como consequência dessa conexão, esperamos que novos negócios sejam realizados resultando em redução das emissões e impacto positivo no ecossistema. Especialmente para as empresas do Movimento Ambição Net-Zero é ter as soluções para alcançar coletivamente o quanto antes a trajetória em direção a redução das 2 giga toneladas que temos como meta até 2030”, afirma Laura Albuquerque, Head de Solutions da Future Carbon

 Estudo Onda Verde

A POV tem como base a análise da economia verde desenvolvida pelo Estudo Onda Verde, lançado em 2020, e que mapeou os principais desafios que o país enfrenta na agenda ambiental. A pesquisa resultou no primeiro framework qualificado contendo os setores-chave, fatores de impacto e oportunidades para o ecossistema de baixo carbono no país, levando em consideração a história do setor ambiental no Brasil e no mundo, e entrevistas com os principais especialistas da agenda no país.

 Calendário de ativação

Após o período de pré-cadastro para iniciativas, a POV irá entrar em período de liberação da versão beta, que será disponibilizada no dia 10/10/2023, no evento ClimAction, e seu lançamento oficial ocorrerá durante a COP28, que irá acontecer em dezembro, em Dubai.

Os interessados na realização do pré-cadastro podem acessar o site: www.aondaverde.com.br.

Sobre a Climate Ventures – www.climateventures.co

A Climate Ventures é uma plataforma de inovação para acelerar a economia regenerativa e de baixo carbono no Brasil, articulando lideranças de governo, sociedade civil e setor privado de forma estruturada com foco em ações. Seu propósito é desenvolver o ecossistema de empreendedorismo climático, contribuindo com a descarbonização da economia e regeneração do planeta.

Fotos: depositphotos

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Aceleradora divulga finalistas em seleção que apoia negócios inovadores e sustentáveis para a Amazônia

Grupo de empreendedores se reúne em outubro, em Manaus, para imersão de atividades voltadas a desenvolver plano de negócio e tese de impacto socioambiental 

POR AMAZ,  PARA COALIZÃO VERDE (1 PAPO RETONEO MONDO E O MUNDO QUE QUEREMOS)

A AMAZ aceleradora de impacto promoverá, de 16 a 20 de outubro, em Manaus (AM), uma jornada de imersão de empreendedores de nove negócios que atuam com soluções inovadoras para o desenvolvimento de produtos e serviços em cadeias de valor estratégicas para a conservação da Amazônia. Trata-se de um processo de pré-aceleração, em que eles irão desenvolver planos de negócios e uma tese de impacto socioambiental na região. O desempenho dos negócios nesse período definirá aqueles que serão acelerados e receberão investimento em 2024. 

A pré-aceleração se inicia com o encontro presencial e prossegue ao longo de um mês, virtualmente, com acesso a assessorias, mentorias e apoio técnico da equipe da AMAZ e do Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia). “Essa é a etapa final do processo de seleção, mas é também onde começamos a entender as necessidades dos negócios para traçar a jornada da aceleração para aqueles que forem selecionados. Todos os 9 que chegaram até aqui receberão nosso apoio durante um mês na fase de pré-aceleração, o que os qualifica para buscar novos apoios ou ingressar em outros processos de aceleração, como também no desenho de suas teses de impacto”, explica Rafael Moreira Ribeiro, responsável pela seleção de negócios da AMAZ. 

De um total de 112 inscritos, os nove negócios são finalistas da Chamada 2023 e trabalham nas áreas de reflorestamento e produção agroflorestal, agricultura, pecuária e produção rural sustentável, produtos da sociobiodiversidade e cosméticos. As iniciativas estão localizadas nos estados do Pará, Amazonas, Amapá, Maranhão, São Paulo e em Santa Mônica, na Califórnia (EUA). A Chamada 2023 possibilitou a inscrição de negócios cuja atuação se dá na Amazônia Legal, mas que poderiam também estar baseados em outras regiões do país. 

A seleção da AMAZ teve o olhar focado em negócios em estágio inicial (“early stage”) que tenham já validado seu produto ou serviço no mercado e de preferência já estejam faturando mais de R$ 500 mil por ano.  A maioria dos negócios está em fase de tração e organização. Alguns empreendimentos em estágios anteriores foram selecionados pela apresentação de soluções inovadoras e com potencial de ganhar escala pós-aceleração. Os empreendimentos selecionados para aceleração e investimento em 2024 serão anunciados em dezembro. 

 Conheça os negócios selecionados para a pré-aceleração

Amaz amazon Super Plants – Atua com a criação de bebidas feitas com ingredientes sustentáveis que contribuem para a regeneração do planeta e para o bem-estar das pessoas. A startup foi construída em torno da Agrofloresta Regenerativa e do apoio à biodiversidade na Floresta Amazônica, utilizando ingredientes como erva-mate, Raiz de Suma, cogumelos da Floresta Yanomami e casca de Muirapuama e guaraná. Está sediada em Santa Mônica, Califórnia (EUA).  

 Apoena – Busca melhorar as condições de trabalho das quebradeiras de babaçu, aumentar o potencial econômico e mercadológico do Coco Babaçu e a geração de renda das pessoas envolvidas. Atua no estado do Maranhão. 

 BioAmazon – Empresa de base tecnológica com foco no desenvolvimento de novos bioinsumos para o agronegócio. Disponibiliza a seus clientes uma plataforma de Bioprocesso como um Serviço (BPaaS). Busca entregar ao agricultor rural praticidade e segurança na produção dos microrganismos por meio da produção própria de bioinsumos. Local de atuação: estado do Amazonas. 

 Flor da Samaúma – Atua em bioeconomia e ecoturismo e busca a ampliação da capacidade produtiva de vinhos de açaí, cupuaçu e taperebá na fazenda em que está instalada uma vinícola desses produtos. Local de atuação: estado do Amapá. 

Zeno Nativo – Produção de amêndoas de cacau nativo fino e castanhas do Pará de alta qualidade.  O projeto busca expandir a produção e venda de amêndoas de cacau e castanhas. Local de atuação: estado do Pará. 

 ATLAS Florestal – Empresa de restauração florestal produtiva. Planeja, modela, implanta e monitora florestas produtivas, com um conselho técnico multidisciplinar capaz de desenvolver ações regenerativas e personalizadas. Atua em toda cadeia da restauração florestal e agroflorestas. Está sediada no estado de São Paulo. 

 Coordenada Rural – Consiste na proposta de atendimento socioprodutivo a agricultores familiares que possuem no cultivo do cacau em Sistema Agroflorestal e bovinocultura dupla aptidão como suas principais fontes de renda, a fim de possibilitar a execução de ações que visam à melhoria da qualidade de vida com o aumento da produtividade e geração de renda aos produtores rurais. Local de atuação: estado do Pará. 

 FarFarm – Consultoria que ajuda empresas a potencializarem suas cadeias produtivas como protagonistas das marcas, por meio de relacionamento com comunidades da Amazônia. Local de atuação: estados do Pará e Mato Grosso. 

 MOMA – Cosméticos naturais elaborados com insumos de óleos amazônicos e embalagens 100% compostáveis, que buscam fortalecer suas cadeias de valor através do comércio justo e capacitação de fornecedores. Está sediada em São Paulo. Locais de atuação: estados de Pará, Amazonas, Acre e Amapá. 

 Sobre a AMAZ  

A AMAZ aceleradora de impacto é coordenada pelo Idesam , e conta com um fundo de financiamento híbrido (blended finance) de R$ 25 milhões para investimento em negócios de impacto nos próximos cinco anos, o primeiro voltado exclusivamente para a região.    

 Tem como fundadores e parceiros estratégicos Fundo Vale, Instituto Humanize, ICS (Instituto Clima e Sociedade), Good Energies Foundation, Fundo JBS pela Amazônia e PPA (Plataforma Parceiros pela Amazônia). Conta também com uma ampla rede de parceiros como Move.Social, Sense-Lab, ICE, Climate Ventures, SBSA Advogados, Mercado Livre, Costa Brasil e investidores privados.   

Fotos: divulgação AMAZ

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