Quarto encontro da série de eventos propostos para conectar a comunidade de Inovação amazônica traz ainda perspectivas de incentivos da Suframa para pesquisa e negócios da sociobiodiversidade
Principal produto florestal não madeireiro extrativista da região amazônica, a cadeia da castanha do Brasil é o tema do quarto encontro do ‘Meetup Acelera – edição Bioeconomia’, que acontece no próximo dia 09.11, de forma híbrida, reunindo a comunidade amazônida de inovação em bioeconomia para conexão de ideias e soluções que permitam agregar maior valor à cadeia já consolidada na região.
Atualmente, a produção brasileira é baseada no extrativismo e está concentrada na Amazônia com 38.169 toneladas de castanha ao ano, segundo dados do IBGE de 2022. Desse montante, aproximadamente 45% são voltados à exportação e 55% abastecem o mercado doméstico. O volume gera R$ 2,3 bilhões/ano.
Apesar do valor socioambiental e dos potenciais nutritivos e econômicos, o desafio é a inovação para o melhor aproveitamento da castanha a partir das associações e cooperativas extrativistas, uma vez que a comercialização é, praticamente, in natura.
Para o debate foram convidadas a Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre (Cooperacre), para falar sobre boas práticas de produção, além da startup ‘Vem de onde?’, fomento do Instituto Certi, para compartilhar soluções em rastreabilidade; e da Cooperativa Mista dos Produtores Extrativistas do Rio Iratapuru (Comaru), fundada em 1992 com o objetivo de reunir a produção de todos os castanheiros de comunidades extrativistas do Amapá para possibilitar a negociação de melhores preços, evitando atravessadores.
Atuando com comunidades extrativistas no Amazonas, o Idesam publicou, em 2022, o estudo ‘Gargalos e Oportunidades na cadeia da Castanha-do-Brasil’, a partir de levantamento bibliográfico, estudo de campo e, principalmente, de entrevista com atores diretamente envolvidos no ecossistema de produção, identificou a falta de gestão empreendedora, logística, falta de acesso a embalagem, boas práticas de produção e rastreabilidade como os principais entraves que ser mitigados por soluções tecnológicas e inovadoras.
O mapeamento foi feito dentro do projeto “Destravando Investimentos Florestais via Programa Prioritário de Bioeconomia – PPBio”, com apoio do Partnerships for Forests (Parceiros pela Floresta, em tradução livre – P4F).
O PPBio é a política pública da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) voltada ao incentivo à inovação em bioeconomia. O Idesam foi a organização selecionada, por meio de edital, para coordenar o programa.
O assunto será apresentado na abertura do Meetup Acelera do próximo dia 09.11, sob o título ‘Incentivos Suframa para a Bioeconomia’, por um representante da Suframa e um especialista em leis de incentivo do Polo Industrial de Manaus, da DD&L Advogados Associados.
Para o momento voltado ao Pitch de Novos Negócios da cadeia foram convidadas as start-ups Apoena (Manaus-AM), que atua no ramo de agroindústria de produtos da sociobiodiversidade com a missão de valorizar as populações tradicionais a partir de novos processos; e a Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer – Coopavam (Juruena-MT), que trabalha com produtos da sociobiodiversidade envolvendo assentamentos e Terras Indígenas; e a Taberna da Amazônia, que tem conecta pequenos empreendedores da Região Norte, por meio do e-commerce, com o mercado consumidor do restante do país.
O evento integra uma série de encontros promovidos, de forma conjunta, pelo Idesam, Impact Hub Manaus e Fundação Rede Amazônica e possui transmissão feita pela Fundação Rede Amazônica, pela plataforma https://fram.org.br/, pelo G1 Amazonas e pelo canal da fundação no Youtube.
As inscrições para participação presencial ou remota deverão ser feitas por meio de formulário online.
Foto: divulgação/ Idesam
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