Por Rosenildo Ferreira, especial para Coalizão Verde (1 Papo Reto, Neo Mondo e O Mundo que Queremos)
Mesmo em um país marcado pelo acúmulo de carências sociais, impressiona saber que cerca de 35 milhões de brasileiros não têm acesso a água tratada e que outros 100 milhões não são atendidos por coleta de esgoto. Trata-se de um problema que, para ser resolvido, exige grandes esforços de empresas e do setor público, envolvendo um amplo cardápio de soluções. Ou seja: sem uma estreita parceria entre os agentes da sociedade, atuando de forma colaborativa, dificilmente poderemos virar esta página.
E foi a partir da filosofia da colaboração que foi constituído o Fundo Catalisador 2030, destinado a financiar iniciativas ligadas ao ODS #6, que preconiza a garantia de disponibilidade e gestão sustentável de água potável e saneamento para todos. O Catalyst 2030 Brasil é parte de um projeto global que visa acelerar a implementação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Na largada, os gestores do Fundo terão uma verba de R$ 200 mil, doada pela Ambev AMA, que será direcionada para projetos e ações colaborativas tocadas por organizações sociais. Essa verba deverá crescer com a adesão de novos financiadores. “Nosso objetivo é colocar à disposição de grandes empresas iniciativas socioambientais sérias e de impacto, que tenham aderência à agenda ESG das corporações”, explica Raphael Mayer, chairman do Catalyst 2030 Brasil e cofundador da Simbiose Social. “Esse Fundo é um piloto que servirá de base para o lançamento de iniciativas semelhantes, a partir do segundo semestre de 2023, focadas nos demais ODS.”
O Fundo Catalisador 2030 vai receber propostas de instituições indicadas ou vinculadas ao Catalyst 2030 Brasil, que integra um movimento global que reúne cerca de 100 organizações que impactam diretamente dois bilhões de pessoas no mundo. Mayer conta que o desenho do Fundo embutiu inúmeros desafios. O primeiro deles foi alinhar as expectativas e objetivos dos voluntários envolvidos no processo. “Foram mais de 380 horas de reuniões, ao longo de oito meses, até chegarmos ao conceito e ao formato ideal”, conta. “Todo o trabalho foi pautado na cocriação e foi liderado pelos integrantes do GT de Colaboração.”
Além do próprio Mayer, a lista inclui outras pessoas físicas (Monica Pasqualin, Zaya Namjildorj, Paula Fabiani e Luiza Serpa), além de instituições: PLKC (apoio jurídico), Instituto Phi (responsável por incubar o fundo e fazer a gestão financeira) e a Simbiose Social, que fará a auditoria e avaliação de risco das iniciativas que vão aplicar para o fundo. Por sua vez, a social tech vai disponibilizar a plataforma proprietária para monitorar e mensurar o impacto das ações investidas pelo Fundo.
Para acessar todas as informações sobre a iniciativa e inscrever projetos, basta acessar o site.
Foto: depositphotos
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